quarta-feira, 27 de abril de 2011

Conto:

O Gigante Dela


Sentiu que era mesmo minúscula perto daquele gigante. Um gigante de nome nobre. Um gigante chamado paixão. Ele a implorou que abandonasse as convenções e os pudores e pedisse um beijo. Não um beijo comum, mas sim um belo beijo apaixonado. Seu noivo não o fez. Certamente não sabia nada sobre aquele gigante, que aparecera pra ela em uma noite clandestina.

Sua vida seria dividida em duas partes. Antes de conhecer o gigante nobre, ela era uma plebeia descrente, que imaginava sentir um amor romântico por seu então noivo de nome Banal. Porém, depois daquela noite, em que seus sonhos tomaram proporções descomunais, nada seria como antes. Perdoe-me! O seu amado, quase marido, não havia mudado em nada. Não perdera o habito de reclamar do transito mesmo sentado na ultima cadeira do ônibus. Também não havia esquecido de lhe elogiar pela escolha do vestido. Mas o que haveria de ser isso, perto daquele gigantesco mundo que se mostrava atrativo aos seus olhos de princesa desgraçada? Sim! Era desgraçada sua vida. Ao menos antes de conhecer o canto astuto do nobre sentimento que lhe mudara visceralmente.

Não era com seu noivo que gostaria de estar. Talvez, com ele, se o mesmo fosse um pouco diferente. Mas se fosse diferente, seria outro. Um pouco mais apaixonado talvez. Entretanto, não havia nada de errado com aquele homem. Ele parecia ser bom. Mas ela queria uma dança e ele desejaria se casar. Não havia nada errado em se casar, ter filhos, nada mais natural aquela altura. Mas alguém deveria sacudir aquela moça e explicar isso, pois não era assim que ela pensava seu futuro breve. O gigante teria sussurrado em seu ouvido naquela noite e implorado não um beijo, mas que ela fosse de uma vez por todas feliz.



Bruna Mac.

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