domingo, 12 de setembro de 2010

M

Eu te amo, amo tanto. Nem sei se o teu rosto é aquilo que você pintou. Eu te desprezo quando acaba a paciência. Me queixo por estar aqui, envolta em sua teia. Mas, o que seria de mim sem você? Pariste-me, deu-me seu leite... abraçou-me e fez com que eu parasse de chorar, o meu primeiro grito de desespero por estar no mundo. Eu estava sozinha, sem entender por que de tanta luz, de tanto som, de tantas esquisitices nesse universo que se escancarava sem pedir licença. Eu estava sozinha já que não entendia nada além de mim. Mas é claro que você estava lá, com a minha presença. È claro que você me cumprimentou com os olhos embaçados. È claro que eu senti que podia calar meu pavor traduzido em choro por estar com a única pessoa que poderia confiar.

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