terça-feira, 13 de setembro de 2011

ATUALIZAÇÕES DO MOVIMENTO ESTUDANTIL - UFF

Um espectro ronda a Universidade. O espectro da precarização e sucateamento das Universidades através de políticas neoliberais, com consequente beneficiamento do ensino privado. Apesar dos planos expansionistas através do REUNI, o aumento de vagas ainda é ínfimo, criando ainda a falácia de que o ensino superior está universalizado, como seria o ideal. Tal expansão, por conseguinte precariza ainda mais o ensino público, pois não leva em consideração a estrutura necessária para atender as demandas acarretadas pela mesma. O que se enxerga hoje em todo o Brasil é a falta de professores e servidores técnico-administrativos, a inexistência de assistência estudantil, currículos que não correspondem as reais necessidades dos alunos, congelamento dos concursos públicos, privatização das universidades públicas e por fim o alarmante corte de 3,1 bilhão de reais na educação. Por conta disto, os servidores técnico-administrativos estão em greve ha 3 meses pelos sucessivos ataques a educação.
Como elucidado acima, a UFF enquadra-se nesse contexto de precarização, agravado pela falta de diálogo e intransigência da Reitoria. Como se sabe, a UFF foi a última universidade a aderir ao REUNI em 2007, de forma autoritária. Essa tradição se mantém, pois apesar de plebiscito realizado em 2010 contra os cursos pagos, essa prática ainda vigora em nossa universidade. Este ano a reitoria aprova sem discussão com a comunidade acadêmica, a implementação de duas vias que irão atravessar o campus do Gragoatá, em Niterói, que prejudicaria devido a proximidade das vias de salas de aula. O CUV - Conselho Universitário - que deveria ser a instância deliberativa e democrática de resoluções da UFF é um espaço autoritário e fechado ao diálogo, que de maneira alguma atende aos interesses dos alunos, docentes e servidores.
Por conta desse alarmante quadro, a Reitoria da UFF foi ocupada três vezes em duas semanas, a última durante seis dias. Sendo estas manifestações atacadas duramente pela Reitoria, chegando ao cúmulo da utilização da tropa de choque, o corte covarde de luz e água do prédio da Reitoria durante a ocupação, atraso no pagamento de bolsistas, e criminalização e ameaça a estudantes manifestantes. Mesmo com os duros ataques, a manifestação continuou em luta até que finalmente o Reitor, o digníssimo senhor Roberto Salles, não tivesse escolha a não ser o forçoso diálogo. Na manhã de terça-feira, 06/08, uma comissão de estudantes se reuniu com o reitor para exigir o fim do autoritarismo. Nessa reunião foi assinado um documento em que o reitor comprometeu-se em avaliar em comissão o déficit de professores, a não criminalização de estudantes envolvidos na ocupação, implementação do plebiscito contra os cursos pagos, reuniões nos pólos de interior, assim como a trazer bandejão e moradia estudantil ao interior e também ao aceleramento e inicio das obras nos pólos de interiorização. Não basta apenas contar com a carta assinada, agora temos que nos mobilizar para que o que foi acordado seja cumprido! Juntos somos mais fortes!
Fomos representantes do interior e avançamos ao agregar nossas pautas à carta de reivindicações entregue ao Reitor. Agora, junto ao DCE, aos sindicatos e aos demais envolvidos, continuaremos lutando por uma Universidade pública, gratuita, laica e de qualidade. Para nós essa Universidade que queremos terá a sua produção do conhecimento, sua pesquisa e sua extensão voltada as necessidades da comunidade. Trata-se de uma Universidade Popular, e de questionarmos o modelo de educação universitária no Brasil, destacando seu antagonismo e contradições.


Convocamos então uma PLENÁRIA GERAL , no dia 13/09/2011 às 20:00 h.
Declaramos apóio a greve dos servidores!

Assinam: Casarão Cultura e Luta – CCL, União da Juventude Comunista - UJC, Coletivo Não Vou Me Adaptar - ANEL, GT do Interior - DCE.

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