quarta-feira, 14 de abril de 2010
Contos de dormir
Pular do décimo quarto andar com a euforia de quem toma um Milk sheik de ovo maltine, saboreando o vento na cara com a coragem que cabe a tais momentos de cumprimento da irresponsabilidade de não me ater a regras, mas sim aos sentidos e desejos de ver você nascer poente diante de mim. Eu sei: você não existe em tempo e espaço possíveis e cabíveis ao meu entendimento, mas vivo a expectativa de te achar por ai, em algum lugar improvável, e te apresentar o meu mundo novo, cheio de velharias. Te abrir a porta e deixar entrar você, que não sei quem é, e pedir com aquela educação hausiana que você me conte do seu dia e da sua noite, e também dos seu sonhos, das suas bobagens, dos seus devaneios juvenis. Bom dia pra você, pessoa amada. Vá cuidar dos seus. Vou ficar aqui olhando pro nada e assistindo, finalmente, algo de jazz. Volte quando tudo for verdade!
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